sábado, 20 de março de 2010

E a moral da história?


Algumas histórias quando são contadas, apresentam uma lição de moral... e normalmente devemos aprender sobre aquilo para poder produzir as espectativas que nosso mentores nos atribuem... no entanto, existem algumas histórias que não querem dizer nada, ou apenas provam o contrário sobre as censuras da sociedade.

Alguns anos atrás, L. adolescente de 16 anos saía de casa para se encontrar com uns amigos. L. era inteligente, espirituoso e gostava de se divertir, sendo em uma dessas ocasiões que começou um vício atribuído como câncer, L. começou a fumar. Até então, não há nada de estranho nisso, já que jovens mesmo de 16 anos fumando cigarro, apenas provocam escândalo quando são mostrados na mídia e todo mundo mostra sua cara de revolta.

Era um belo dia, e L. fazia parte de um grupo de amigos que se reuniam para formar uma banda de Rock, ou melhor, uma tentativa de engrenar sentido social em suas rotinas. Naquele dia foi marcada uma reunião da banda na casa de um dos integrantes, o lugar era situado no PAAR dito por alguns naquele tempo como a maior invasão de toda região metropolitana de Belém.

Reunindo-se com mais dois amigos pegou uma carona de carro até o local, já que não conhecia o endereço. Passou uma tarde toda ensaiando e conversando sobre coisas da banda, quando numa determinada hora a mãe do anfitrião, chegou na sala da casa onde conversavam e lhes ofereceu algo para beber, no entanto viu L. fumando cigarro e olhou para ele com um tom de desaprovação. Ele percebendo o olhar, tratou de esconder o cigarro da vista dela quando a senhora lhe disse: Menino! seus pais sabem que faz isso? fumar faz mal...

Após a senhora voltar para a cozinha, L. olhou no relógio e achou melhor ir embora... como não sabia voltar, apenas perguntou onde pegava o ônibus e deu mais uma tragada, como forma de mostrar não estar interessado pelas palavras da senhora.

Não se importando onde estava, recebeu orientação para ir até o final de uma linha de ônibus que ficava numa direção, no entanto, como não queria esperar os outros amigos resolveu ir assim mesmo, andando já com os trocados da passagem em uma mão e o cigarro na outra.

Caminhando na direção que lhe foi dada, começou a observar seu redor, percebendo então que estava andando por um lugar não muito agradável, começou a ficar pensando em voltar enquanto dava uma tragada em seu cigarro.

Após andar alguns metros à frente, chegou em um lugar que parecia ser futuramente uma praça, onde estava sentado um senhor com o rosto não muito visível e que encarava fervorosamente o rapaz. Aproximando-se do homem, este o olha e pergunta se L. ainda tem cigarro. Como L. era bem esperto, pensou que por estar em um lugar que não conhecia, seria melhor demonstrar simpatia com o senhor, então pegou a carteira de cigarro e ofereceu ao homem que tirou um. L. ofereceu fogo e por uns cinco minutos ficou fumando na companhia do senhor, como que estivessem fumando o cachimbo da paz. Após o ato de amizade entre eles, L. pergunta se o final da linha de ônibus estava perto e o homem lhe informa que ficava mais dois quarteirões abaixo.

A partir de então, L. agradeceu pela ajuda e seguiu caminho andando normalmente com seu cigarro entre os dedos e o olhar de reconhecimento pela área. De repente, o rapaz sente que está sendo seguido à passos mais velozes que os seus, calculando que pelo barulho eram no mínimo três pessoas. L. podia se gabar de sua capacidade visual periférica, o que permitia que pudesse saber a distância que estavam dele. Naquele momento começou a pensar que não sei por onde estava, o lugar parcia ser mais perigoso que uma favela de SP, então andando na mesma velocidade acompanhava a aproximação daquele grupo de pessoas. Sem saber o que fazer, achou melhor não acelerar o passo e correr, já que isso poderia piorar o que viria a contecer. Quando estavam bem próximos, o senhor que estava sentado no banco gritou: Ei !!! não faz nada com o rapaz, ele é gente boa!!! Nessa hora, L. olhou cautelosamente para o lado, afim de perceber melhor a situação, podendo contar sete indivíduos de bermuda, camiseta e boné, alguns de brinco outros de cabelo pintado.

Sem parar de andar, L. deu mais uma olhada de leve e percebeu que os caras estavam sentados junto com o senhor na qual ele havia dado umas tragadas, quando percebeu que o homem havia tirado uma carteira de cigarro do bolso e ofereceu aos demais. Lembrou então, que naquele momento, pareciam estar no ritual do cachimbo da paz como L. havia feito alguns minutos atrás. Com um sorriso meio irônico, L. pegou seu cigarro e seus 16 anos um em cada mão e caminhou até o final da linha, onde pegou um ônibus e voltou para casa.


Baseado em uma história real. Qualquer semelhança é pura coincidência.

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